A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), laboratório público fundado em 1962, apresentou um projeto para produzir medicamentos injetáveis à base de Semaglutida e Liraglutida, conhecidos popularmente como canetas emagrecedoras, em território goiano. Segundo a instituição, o plano está em fase de desenvolvimento e foi protocolado no Ministério da Saúde. Caso aprovado, a produção ficaria sob responsabilidade da Iquego, enquanto a distribuição seria feita pelo SUS.
O Ministério da Saúde, no entanto, informou que o projeto não foi aprovado na etapa preliminar, após análise de critérios como capacidade produtiva e tecnológica da instituição, projeção de economia ao SUS e viabilidade de internalização da tecnologia, incluindo o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).
A empresa apresentou recursos administrativos, que estão em avaliação, com resultado previsto até o fim de 2025. Antes de qualquer distribuição, o medicamento precisaria ser incluído na lista de fármacos do SUS, mediante aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).
De acordo com a Iquego, o projeto é uma iniciativa estratégica voltada à ampliação do acesso da população a terapias inovadoras no sistema público de saúde. Em nota, o laboratório destacou que a proposta ainda não significa a produção imediata do medicamento, mas sim um processo em tramitação administrativa e técnica junto ao Governo Federal.
“A Iquego permanece empenhada em comprovar sua capacidade industrial e regulatória, bem como em firmar parcerias tecnológicas que assegurem a transferência de conhecimento, a viabilidade econômica e o atendimento às exigências sanitárias necessárias à produção nacional desses medicamentos estratégicos”, informou o laboratório.
A instituição reforçou ainda seu compromisso com a inovação, a autonomia tecnológica e o fortalecimento do complexo industrial da saúde brasileira. Atualmente, o SUS não oferece medicamentos com efeito emagrecedor de forma gratuita.