Após semanas de calor intenso e baixa umidade do ar, uma frente fria deve alterar o cenário climático em Catalão e em todo o Centro-Sul de Goiás. A previsão foi feita pelo climatologista Rafael de Ávila, professor e coordenador do Laboratório de Climatologia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT), em entrevista à Rádio Cultura FM.

Nos últimos dias, os termômetros chegaram a 38,6 °C, enquanto a umidade relativa do ar caiu para abaixo de 12%, índice comparado a regiões desérticas. A população enfrentou um calor considerado quase insuportável.

Segundo Rafael, a frente fria prevista para este fim de semana deve trazer chuvas irregulares e pontuais.
“Estamos em uma condição de neutralidade climática, sem El Niño ou La Niña. Isso favorece o retorno mais cedo das chuvas, diferente de 2023, quando a temporada começou tardiamente”, explicou.

O encontro de massas de ar quente e seco com ar úmido e frio pode provocar tempestades com rajadas de vento. A tendência, a partir de outubro e novembro, é de chuvas mais homogêneas e bem distribuídas em toda a região.

A estiagem prolongada também intensificou os incêndios em áreas rurais, agravados pelos ventos fortes de setembro.
“Essa combinação de calor, baixa umidade e ventos intensos intensificou os incêndios e complicou ainda mais o cenário”, afirmou o climatologista.

Dados da estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instalada na UFCat, indicam que a última chuva ocorreu entre 29 e 30 de agosto, com apenas 1,2 milímetro acumulado.
“A última chuva realmente forte caiu em abril e maio. Já estamos há cerca de cinco meses sem uma precipitação capaz de limpar a poeira e reduzir as queimadas”, destacou Rafael.