O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou duramente a chamada PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Blindagem, aprovada na última terça-feira (16) pela Câmara dos Deputados. Em nota publicada nas redes sociais, ele classificou a proposta como “um divórcio do Congresso Nacional com o povo brasileiro”.
“Ela [PEC da Blindagem] é um convite para o crime organizado entrar no Congresso pela porta da frente, disputando voto nas urnas, para proteger os chefes das facções do alcance da justiça. Espero que o Senado corrija o erro da Câmara e rejeite a proposta”, disse Caiado.
Governador diz que a medida gerou forte rejeição popular. “Acho que isso aí realmente provocou um sentimento junto à população péssimo, péssimo. Você não tem que blindar o Congresso Nacional, você tem que exigir o compromisso da ética, da moralidade”, afirmou.
Decisão da Câmara foi um “momento de extrema infelicidade”, diz Caiado. “Não é por aí que se moraliza o país. Um momento de extrema infelicidade da Câmara dos Deputados. Depois que eles viram a bobagem que fizeram, se essa matéria hoje voltasse, ao invés de ter 311 votos, não teria nem 100.”
“O faccionado, cada vez mais, começa a utilizar a estrutura que ele tem para financiar campanhas eleitorais. Daí a pouco ele vai financiar o cara para ser deputado. E o cidadão vai ficar vestido de uma prerrogativa que é inaceitável”, concluiu o governador.
Sobre a PEC da Blindagem
A PEC da Blindagem foi aprovada na Câmara em dois turnos, com 353 votos favoráveis e 134 contrários no primeiro, e 344 favoráveis e 133 contrários no segundo.
O texto resgata a chamada “licença prévia”, dispositivo que dava ao Congresso a prerrogativa de autorizar ou barrar a abertura de processos criminais contra seus membros.
O mecanismo existia na Constituição de 1988 e foi retirado em 2001.
Agora, a proposta segue para análise no Senado.