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Metanol em bebidas: 30 dias depois, 58 casos e novas medidas de controle
(Foto: Reprodução Agência Brasil)

As ações se tornaram integradas em 7 de outubro, com a criação de um comitê federal de enfrentamento. No mesmo dia, o governo anunciou o envio de uma nova remessa de etanol farmacêutico aos hospitais de referência e a compra de fomepizol, medicamento usado no tratamento da intoxicação.

Em 8 de outubro, o Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou que o metanol encontrado em garrafas contaminadas havia sido adicionado artificialmente, em concentração muito acima da detectada em processos naturais de destilação.

No dia seguinte, a Polícia Técnico-Científica passou a adotar um novo protocolo de análise de bebidas adulteradas, reduzindo o tempo de diagnóstico. A intensificação das fiscalizações levou à apreensão de dezenas de recipientes suspeitos.

O estado conta com dois centros de excelência: o Ciatox de Campinas e o Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (Latof), da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto.

Essas ações permitiram respostas laboratoriais mais rápidas e reduziram o impacto no setor de bares e restaurantes, que teve queda de 5% no consumo em setembro, segundo a Abrasel.

Operação fecha ciclo e confirma origem do combustível adulterado

No dia 17 de outubro, uma operação da Polícia Civil de São Paulo encontrou os dois postos de onde partiu o combustível com metanol, após rastrear o caso de um homem internado em estado grave na zona sul da capital. Dias antes, os agentes haviam localizado uma distribuidora de bebidas onde os produtos falsificados eram envasados.

“O primeiro ciclo foi fechado. Vamos continuar as diligências para identificar a origem de todas as bebidas adulteradas no estado”, afirmou o delegado-geral Artur Dian.

As investigações continuam, e novas tecnologias vêm sendo utilizadas. Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram o “nariz eletrônico”, dispositivo capaz de identificar a presença de metanol em bebidas a partir de uma única gota.

“O nariz eletrônico transforma aromas em dados, que alimentam uma inteligência artificial capaz de reconhecer a assinatura do cheiro de cada amostra”, explicou o professor Leandro Almeida, do Centro de Informática da UFPE.

Casos e mortes confirmadas

De acordo com o último boletim oficial, divulgado na sexta-feira (24), foram confirmados 58 casos de intoxicação, com 15 mortes, nove em São Paulo, seis no Paraná e seis em Pernambuco.
Outros 50 casos permanecem em investigação, e 635 notificações foram descartadas.
Há ainda nove óbitos sob análise em cinco estados.

Repercussão política

O caso provocou reação do poder público. Em São Paulo, uma CPI será aberta para investigar a falsificação de bebidas e ouvir autoridades estaduais. Já na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 2307/07 — que classifica como crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas — pode entrar em votação ainda nesta semana.

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